segunda-feira, 21 de maio de 2012

Fazendo fita

Fazenda Morro do Chapéu e canoa que pertenceu ao
presidente Roosevelt (USA)
Envolver-se numa produção cultural coletiva. Compor uma equipe, colaborar, por sua alma ali e se esmerar pelo resultado. Eis uma experiência que deve ser desejada. Faz bem. Mostra que fazer arte, mesmo que seja um trabalho de formiguinha, é algo acessível. Mas, não se iluda: arte é ralação. Ocê qué vê, escuta!

Deixo a preguiça dominical de lado arrumo a mochila e zarpo pro Morro do Chapéu, fazenda na região do Lago de Manso, onde está a equipe que produz “Rondon, o Grande Chefe”. Pleiteei e fui aprovado pra fazer uma pequena participação nesse docudrama que vai mostrar o homem por trás do mito, que foi (e é) o Marechal Rondon, provavelmente o personagem histórico mais ilustre de Mato Grosso e do Brasil, reconhecido internacionalmente.



A produção é uma parceria entre a LC Barreto e a Beta Filmes. Vai para o cinema e também será exibida em capítulos, na televisão. Até o filme ficar prontinho, em ponto de bala, muita trabalheira ainda vai rolar. E pra quem acha que cinema tem a ver mais com glamour, tapete vermelho, fama, celebridades etc... Pode ter certeza de que aí está um grande equívoco. Toda essa badalação que vem depois do produto pronto, só vem mesmo se o resultado final for bom e se conquistar pelo menos partes da crítica e do público.

Fazendo pose com o diretor Marcelo Santiago
A dois quilômetros da sede da fazenda, num campo cerrado, das 10 ao meio dia, com aquele solão de rachar, lá estava eu todo enfatiotado com a réplica de um antigo uniforme do exército, cozinhando por dentro, claro. O texto decoradinho, mas, nervoso graças a Deus. Porque estar assim, pelo menos no meu caso, é imprescindível. Minha cena com o ator Rui Ricardo (o Rondon) é de mais ou menos uns dois minutos. E é nessa hora que, como eu disse lá em cima, vou colocar a minha alma no que estarei fazendo. “Ei, alma... cadê você? Me ajuda!”. Penso, enquanto me concentro.

O oficial de cavalariça

A cena não era nada fácil, envolvia muita emoção e ação, com cavaleiros passando na nossa frente, antes do diálogo na velha carroça. Me vem à cabeça antiga música do Milton Nascimento que tem um verso assim: “E quem garante que a história é carroça abandonada numa beira de estrada”. Além do diretor, Marcelo Santiago, há mais de 20 pessoas envolvidas no set nos apoiando das mais diferentes maneiras. É preciso fazer o impossível e mais um pouco pra que tudo corra bem.

Os produtores: Keiko Okamura e André D'lucca

Família de figurinistas: Jane, Lucinda e Palloma

Félix Adugo paramentado
Minha discretíssima participação propiciou novas e interessantes experiências no cinema, arte apaixonante. Mas, também acabei me inteirando um pouco sobre a cultura riquíssima dos Bororo, etnia que teve muita proximidade com Rondon. Félix Adugo, bororo, é um defensor dos ideais e tradições de seu povo. Foi escalado para fazer um importante personagem – Índio Cadete, meu companheiro de muita conversação.



Bom, é isso aí. O Morro do Chapéu continua lindo. Cenário show de bola. O Tyrannus foi muitíssimo bem recebido pela passarinhada que tava por ali. Cena gravada, missão comprida. Hora de bater as asas, voltar para casa.



4 comentários:

  1. Poesia pura amigos... e como amei as fotografias! Ah! Quero garantir logo meu autógrafo! rs Beijo

    Cláudia Abreu

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  2. Valeu Claudinha, bjs pra você

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  3. Muito bom, vou esperar para ver o resultado.

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  4. espero que o resultado seja o melhor possível, claro que não só a minha participação. gratos pela força!

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