sábado, 14 de abril de 2012

Amassos


Maiakovski, segundo os burocratas, era
incompreensível para as massas 
"E para a massa
flutuam
dádivas de letrados –
lírios,
delírios,
trinos dulcificados."

Física é uma ciência dos eleitos. E não deveria pois ela tem como essência compreender e descrever a natureza, seus fenômenos e tudo que nela existe.

Antes dela tudo era explicado como vontade ou manipulação dos deuses: o dia; a noite; estações do ano... Essas explicações deixaram de ser convincentes quando o homem passou a utilizar, para entender a natureza, seus fenômenos, o comportamento da matéria, a energia etc; um método científico associado ao pensamento lógico, tendo a matemática como linguagem. Assim nasceu a física, antes, filosofia natural, a mais antiga das ciências que atua em níveis inimagináveis, do mícron (ou algo menor se houver) às dimensões galácticas.

Aristóteles: geocentrismo, gravidade...

Não avançaremos mais porque não fomos eleitos com esse dom. Adentrar-se na física de cabeça e ir além dos seus conceitos mais básicos, é aí que gente para. A educação que nos é oferecida não tem interesse, que deveria haver, em torno da física. Deixa pra lá, porque fomos projetados para ser pequenos nesse sentido. Mesmo assim, entretanto, o mais importante é que os princípios apreendidos têm validade para o nosso cotidiano: o movimento e o repouso dos corpos; calor, acústica, ótica e eletricidade. E a Física, claro, vai de massa!  

O assunto delongou... Na verdade, queríamos falar sobre massa. Que é uma grandeza física, que significa quantidade de matéria. A massa é igual ao peso dividido pela gravidade, segundo os ensinamentos escolares. E vamos crescendo, vivendo e aprendendo (física e outras coisas), comendo massa, massificando e fazemos parte da massa... Tem a tal da massa acéfala, que é de onde queremos fugir e ir parar um outro lugar, porque da massa sai o tal do biscoito fino. Tudo é massa e massa é tudo.  








Macarrão, ravióli, pão, pizza, nhoque... massa. O maravilhoso e perigoso carboidrato, que mandamos pra dentro. Até se empanturrar. Ao longo dos anos, uma alimentação a base de massas, pra quem leva uma vida sedentária, pode se transformar num desastre pra saúde. Pois é, a massa está na física, mas quem não pratica a física e vai de massa... pro beleléu!

E chegamos às massas. Estamos com a mão na massa. Massa palavra, massabarro, massaroca, massapê, amassa a massa e bate nela que ela cresce. Uma vez perguntaram para um amigo se ele era maçom. “Não, sou massinha”, contra atacou.



Chegar na massa, flertar livremente com o povão. Sonho e/ou preocupação de muitos artistas, enquanto outros não estão nem aí pra isso. Sem juízo de valores. Não entraremos nesse mérito. Só o que é preciso e importante é não desprezar a massa e não tripudiar em cima dela, mesmo que ela não esteja preparada para o vosso biscoito fino, ó artista refinado, erudito e hermético.


Sergio Vaz, "as pedras não falam, mas quebram vidraças"
fino biscoito das massas
Argamassa sim, arghmassa, não... Ah, e tem também aquela outra massa, coisa boa que quando não é boa, é palha!!!!! Asas da imaginação. Massa!!!       

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