sábado, 3 de março de 2012

Peixe frito


Martim pescador... podia ir pro Ministério
“Assassinaram o camarão. Assim começou a tragédia no fundo do mar...” Meu Deus do céu!!!  O mar não tá pra peixe! Ficamos estupefatos ao ouvir parte do discurso de posse do novo Ministro da Pesca, Marcelo Crivella. O ministro é pastor e deve exercer na Igreja a mesma função que Jesus designou a Pedro: pescar homens.  Até aí, tá nos conformes (parece). Desconhecer as peculiaridades dessa atividade que envolve diferentes grupos sociais e econômicos, que vai da pesca de sobrevivência até a forte e poderosa indústria pesqueira, é complicado mesmo. Agora, dizer que colocar minhoca no anzol é fácil, e difícil é pensar nas pessoas! Shiii, canoa furada...

Originais do Samba: Assassinaram o camarão 

Vôte, cobra d’água. “Malandro foi o peixe galo, bateu asas e voou...”. Mas, quem voou mesmo foi o ex-ministro. E saiu com pompas, porque a presidenta, mesmo tentando disfarçar os olhos marejados, verteu uma furtiva lágrima. A nossa dama de ferro engasgada com uma espinha de peixe?

"Chorei, não procurei esconder"

 O Nhonhô, tio e compadre, tem muitas histórias, incluindo as de pescarias. Pergunta pros pescadores que vão prosear no seu comércio se eles sabem pescar com ovo? Não? É assim, você “põe a clara no anzol e gema na vara”. Nhonhô é uma figura. A última é que foi notícia no site G1, por causa de um aviso que colocou no seu portão aos malandros que ficam de olho no seu negócio: “Mexeu, morreu!”

Mas, voltando à troca ministerial, o lance teve motivação política. Dilma pescou Crivella que estava naquela: “quem dera ser um peixe, para em teu límpido aquário navegar...” Não temos bola de cristal pra saber no que vai dar essa pescaria. Vai rolar um peixe grande e suas histórias maravilhosas, ou vai ficar naquele papo de dar banho em minhoca?



Quem é peixe e quem é isca nessa manobra? É que o quadro político em São Paulo tá enrolado e promete ficar mais ainda. Até o Tiririca, o deputado federal mais votado do Brasil, tá pegando a marola e pensa em sair candidato a prefeito. Olha, sei não... O que sabemos é que esses acertos e acordos políticos são meio complicados. Nem sempre dão no resultado que se pretendia. Transferir voto, por exemplo, é um tabu na história política brasileira. Às vezes, em vez de peixe, o que rola é enrosco. E já que estamos falando de ictiologia, traíra é um nome de peixe que tem a ver nesta hora.

A coligação faz a força!

O circo está armado. Ano de eleição é assim mesmo. Na água doce da cuiabania a notícia também corre solta. “Curimbatá, lambari mandou dizer que a piava tá doente com saudades de você”. “Piraputanga rei dos peixes, peixes da beira do rio. Quem não sabe trovar trova, vai pra pqp!”. Esse mar é meu, leva seu barco pra lá. Peixe, pescaria e política são assuntos correlatos. Olha só: não queremos dar o peixe pra ninguém. O certo é ensinar a pescar. E respeitar a piracema.   

Em “O Velho e o Mar”, de Ernest Hemingway, um pescador experiente fisga  em alto mar um peixe enorme. O duelo entre o homem e o peixe é a beleza desse romance. A luta é trazê-lo a bordo de seu pequeno barco. No final, exausto, consegue içar o pescado e vê que resta-lhe apenas o esqueleto do troféu, que havia sido devorado por outros peixes. Faz sentido a história de Hemingway. Tem uma pegada filosófica aí.

Spencer Tracy em "O velho e o mar"

Como pode o peixe vivo viver fora da água fria? Dilma ficou estressada... quer um conselho? Vai pescar, é bom.  E o Crivella que entrou nesse mar revolto deve estar cantarolando: “se Deus quiser, quando eu voltar do mar, um peixe bom, eu vou trazer.”

Desafetos não faltam em tais ocasiões, mas, como o assunto é muito recente, “até hoje eu não sei como a briga terminou”. Piquira morde???

Qué sabe mesmo?????? Vem cá, meu bem

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