sexta-feira, 16 de março de 2012

Ab' Saber Poesia

Pra encerrar a semana que comemorou o dia nacional da poesia... vamos de, “Poesia”. Calma, calma... Poesia, o filme. Há poucos dias  finalizamos um post anunciando que iríamos assistir um filme japonês, “Poesia”. Assim sucedeu-se, mas logo na abertura descobrimos a gafe. Não era um filme japa. Era coreano (do Sul? do Norte?... do Centro Oeste?). Do Sul, oras bolas!!!

Não recebemos nenhum comentário ou mensagem nos corrigindo.  Temíamos uma reprimenda do nosso amigo e consultor para assuntos cinematográficos, Cid Nader, mas passou batido por ele e pelos demais. Ou talvez o post tenha passado batido, também acontece... Snif...

Mas o filme não passou batido em nossa vida. Nem em Cannes. Ganhou o prêmio de roteiro em 2010. E dias depois, Poesia ainda tá fresquinho na memória. Guardadinho, na categoria “terna lembrança”. A história inicia com uma senhora recebendo o diagnóstico que está com Alzheimer, depois descobre que o neto, que ajuda a filha a criar, estuprava uma jovem junto com outros rapazes. Para colocar fim nesse sofrimento, a moça suicida-se, pulando de uma ponte.

Direção de Lee Chang-dong

Mija é o nome da personagem central, a elegante senhora, que é o esteio da história. Ela trabalha cuidando de um senhor semi-paralítico. Dá um duro lascado. Mas, onde é que entra a poesia nesse filme. Como se não bastasse a vida dura Mija resolve aproveitar seu tempo matriculando-se num curso de poesia. Um problema a mais, porque logo logo percebe que escrever poesia não é nada fácil. E quem é que vai ter coragem de achar que a dificuldade com os versos vai esmorecer esta personagem grandiosa?

A vida de Mija complica-se à medida que os pais dos jovens que participaram do crime se articulam para “comprar” a mãe da jovem suicida, com o intuito de livrar a cara de seus filhos. Porém, ela não tem dinheiro e, mesmo não aprovando a armação, sabe que precisa amparar seu neto, aquele para quem ela dispensa seu amor maior. Em uma cena ela lhe diz: “você sabe o que eu mais gosto de fazer no mundo?”. “Me dar de comer”, responde-lhe o neto. Mas o amor e o carinho que a avó dedica ao neto, como quase sempre, não é correspondido à altura.

"o que faz a vovó mais feliz no mundo é dar de comer para Wook"

De repente, aparece uma chance de arrumar a grana. O velho de quem ela cuida investe sobre ela exigindo amor. Amor que a gente diz aqui é sexo. E na base do famoso comprimidinho azul. Sua filha, ausente e mãe de seu neto, necas de pitibiriba. Não vem lhe acudir. O cerco se fecha e Mija é pressionada pelo conluio dos pais dos cúmplices de seu neto. A dor da mãe da jovem suicida lhe comove e a morte da jovem lhe atormenta... Mas, para a ela, ainda existe a dificuldade com os versos. “Poesia” é mais ou menos assim e muito mais. O final da história... não deve ser revelado, por nós!

Yun Jung-hee




Falar em realidade com poesia foi a missão de Aziz Ab’Saber, que partiu hoje e vai deixar saudades eternas.


Um comentário:

  1. eu acho que a colonização francesa fez bem pra cultura cinematográfica oriental. eles trocam muitas figurinhas.
    tenho outros filmes desse diretor, loro.
    1999 - peppermint candy (bakha satang)
    2002 - oasis
    2007 - secret sunshine (milyang)
    se quiser...

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