sábado, 14 de janeiro de 2012

Tutti buona gente

De repente Gramado vira Macondo. Começou a desabar uma chuvarada que, dizem, só vai parar na segunda-feira. A famosa "chuva de molhar trouxa". Seria trouxa gente ou trouxa de roupa? Tempo ruim na rua, (meu Deus, nada impede a mulherada de andar pela cidade em busca de sei lá o que. Ouvi uma dizer pra outra: Não to procurando nada... quero que algo me encontre e me seduza para adquiri-lo. Profundo, muito profundo). Por outro lado "uma chuvinha nas costas" é bom pra ficar no quarto de hotel, rebuçado, descansando, lendo, escrevendo ou fazendo nada.



E a sexta-feira 13 vai passando, a primeira do ano. O passeio de trenzinho caipira ontem ainda tá fresquinho na memória. Cuiabano, sejamos francos, não conhece e nem se sabe se vai conhecer trem um algum dia em seu próprio pedaço. Recomenda-se, portanto, andar de locomotivas sempre que possível... Se não for de trem bala, vai de maria fumaça. Como nos velhos tempos.




Na estação em Bento Gonçalves, às 10 horas da matina, somos recebidos com música italiana e degustação de vinhos. Daí que o vinho já é oferecido aos viajantes e somos orientados a não desfazer das pequenas tacinhas. Pra não incomodar, acima das janelas dos vagões, há lacinhos de arame pra descansar as taças vazias. Na viagem, de 45 minutos, entram cantores, músicos e comediantes que se apresentam percorrendo os vagões. Primeira parada, em Garibaldi, dá-lhe mais vinho espumante. Não há como não entrar no clima. O trajeto promete, vamos conhecer três vinícolas.



Próxima parada, Carlos Barbosa e adeus maria fumaça. Estamos na terra da Tramontina. Uma turma vai comprar panelas, assadeiras... Outra vai pra um lugar modesto, mas super pitoresco. Ali rola degustação de vinho e queijo. A atração é um italiano conhecer de variedade de vinhos e queijos e um casal de cantores, sentadas em frente a lojinha a cantar e tocar sanfona ininterruptamente. Engraçados. Não por acaso, em frente à Tramontina. "Caiu como uma luva o ditado" "com a faca e o queijo na mão".







Fomos a Vinícola Casa Valduga e Miolo, não deu pra fazer a terceira. O toró começou. Zarpamos pra Caxias e conhecemos a Igreja São Pelegrino, protetor dos que padecem de câncer. Linda a igreja, onde obras do italiano Locatelli traduzem detalhes da Via Crucis; uma réplica da Pieta; e as pesadas portas de bronze fundido (oito toneladas). Voltamos exaustos e enfrentamos uma guerra pra postar um texto sobre a nossa viagem. Dormimos como anjos caídos do céu. E fica o dito pelo não dito.



Um comentário:

  1. Oi Loro e Fá, Fiz esse passeio em 2008 com meu querido Henio! Fantástico....o trem, as vinícolas, as espumantes, queijos, sanfonas, tradição etc.. Parabéns pela família de escolher um lugar maravilhoso que é o sul. beijos em Tutti buona gente

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