segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Polêmicas à (p)arte

“Polêmico é coisa de jornalista preguiçoso”. Pode ser. Polemizar vende. A mídia curte e o leitor também. Nas artes, impactar através de uma obra pode ser o bicho. Bicho de sete cabeças, bicho doido, bicho papão, bicho grilo... Pô bicho!!! A frase que abre este texto é do Gerald Thomas. Artista polêmico. E chega dessa expressão. Prometemos não polemizar e estamos proibidos de assim proceder daqui pra frente. Não mais repetiremos essa palavra e suas derivações neste texto.
Falaremos de alguns artistas que chamam (ou clamam) por atenção: o inglês Banksy e o chinês Ai Weiwei. Frequentadores assíduos da mídia universal. Mas, que fique bem claro: Deus nos livre de ter que opinar com conhecimento de causa aprofundado em torno dessa tal de arte contemporânea. Se escrevermos algo que possa ser entendido como uma opinião expressa a respeito do trabalho de qualquer um desses dois, foi apenas uma escorregadela. Uma casca de banana, ou uma pedra no meio do caminho desta conversa escrita.



A coisa com Banksy começa com o mistério em torno de sua identidade. Há pistas e desconfianças sobre quem ele seja verdadeiramente, mas sem confirmações. É curioso como ele consegue manter seu anonimato, ainda mais morando na Inglaterra, onde os semanários sensacionalistas e os paparazzi dão em cacho. Há poucos dias lançou mais uma de suas artes provocadoras, “Pecado Cardeal”, que está dando o que falar. A criação leva a crer que é um protesto contra a pedofilia camuflada e encoberta na e pela Igreja Católica.




O rififi em torno do seu anonimato atingiu picos estratosféricos quando seu filme “Exit Through the Gift Shop” foi indicado ao Oscar de melhor documentário e, no início deste ano, sua provável presença na cerimônia de premiação foi especulada de todas as formas possíveis. Mas, como seu filme não ganhou o Oscar, as questões identitárias que envolvem Banksy não degringolaram.



Com Ai Weiwei é outra história. Seu talento foi catapultado quando a China sediou as Olimpíadas em 2008 e o mundo babou diante do majestoso templo esportivo, Ninho do Pássaro, cuja concepção teve participação efetiva de Ai. O estilo de sua arte que é moderna e impetuosa demais, assim como sua atuação como ativista social, andam incomodando o regime político carrancudo da China. O artista já foi parar no xilindró várias vezes, o que provocou protestos no mundo inteiro contra a privação da liberdade do artista.


Arte combina com mistério e também com aquela palavra que prometemos não mais mencionar hoje. Mas, claro que a qualidade da criação tem muito mais a ver com o a estética, as sensações e os significados que a arte propõe. Como os artistas, muitas vezes, querem dizer o indizível, quando existem as pessoas incumbidas de censurar, dá pra imaginar o tamanho da encrenca que é avaliar uma obra de arte.  



 

Nenhum comentário:

Postar um comentário