quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Faxina

Nunca se falou tanto em faxina, como agora. Até outro dia era uma conversa e preocupação quase que exclusivamente do mundo feminino, com algumas exceções, é claro.

O Xico Sá, jornalista e escritor, o quarto cavalheiro do apocalipse do programa "Saia Justa", blogueiro conhecido e agora no blog da Folha de São Paulo, disse que se fosse feminista teria acusado a mídia e os políticos por tratar a presidente de faxineira e diarista, menosprezando suas cobranças por lisura, competência. Ora, pra ficar limpeza, cabe uma faxina e rola governabilidade.

O fato é: tem gente do governo caindo ou na mira. O primeiro, o mais poderoso de todos: Antonio Palloci,ex-ministro da Casa Civil. Não conseguiu justificar o aumento de patrimônio vinte vezes em quatro anos e a casa caiu, pela segunda vez!!!!

Depois foi a vez do Ministério dos Transportes, nas mãos do PR, sob o comando do "uber" ruralista Blairo Maggi. O ex-ministro Alfredo Nascimento não resistiu às denúncias de superfaturamento, derrapou e levou um caminhão de correligionários para o acostamento em direção a ribanceira.


Semana passada foi a vez do ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim. Se achando, falou o que não devia em festinha de aniversário de FHC e numa entrevista para a Revista Piauí. Abriu a guarda e levou um cruzado de esquerda. Beijou a lona, nocauteado.

O Ministério do Turismo, que até outro dia era um ministeriozinho de segunda, com orçamento baixíssimo, foi alvo de investigação da Polícia Federal, que levou um grupo de ministeriais e chegados para conhecer e experimentar um novo produto do trade turístico: o "cárcere tour". Pulseiras prateadas foram gentilmente distribuídas pelos agentes guias, que não causaram frisson, nos fashionistas de colarinho.

Amapá é lindo, mas o Sarney...

O antes menosprezado ministério subiu de cotação ao ter orçamento vitaminado pelos eventos mundiais como a Copa do Mundo, em 2014, e os Jogos Olimpícos de 2016. E foi parar nas mãos do PMDB, mais precisamente, nas barbas (não, no bigode), do seu maquiavélico mentor José Sarney, que botou um velhinho, Pedro Novais, com cara de bonzinho (chegado em farrinhas no motel). Ele foi agraciado para gerenciar a preparação desses eventos de envergadura mundial. O que pegou foi a destinação de mais de 4 bilhões de reais para uma ONG que iria capacitar a população do Amapá para a recepção de turistas. Em 2010, 459 turistas estrangeiros visitaram esse lindo Estado. Só pra refrescar a cuca: José Sarney é senador do Amapá, apesar de ser do Maranhão. Vá entender essa geografia política. Ainda não caiu, mas tá balançando.

Hoje caiu e rolou ladeira abaixo o ex-ministro da Agricultura, Wagner Rossi, apadrinhado pelo temeroso Temer. Sua derrocada começou com denúncias dos aliados do PMDB, o tal do fogo amigo. Esperneou, mas não aguentou. Dizem que tinha lobista com sala no Ministério (vai ver batia até ponto) e ninguém sabia. Tá colhendo o que plantou e não adianta chorar pelo leite derramado, assim diziam os antigos. Agricultores e pecuaristas têm força nesse país, estão sempre chorando e pedindo mais e mais. Engraçado é que quando têm lucros, é só deles. Quando têm prejuízo, querem socializar. Mui amigos... Ah, e cabe o registro de que a diferença de tratamento é gritante, quando comparamos os orçamentos que a União destina ao agronegócio e à agricultura familiar.



Voltemos à presidente. Nossas avós, mães e muitas mulheres, ainda hoje, são donas de casa e fazem limpezas e faxinas. Exercer as tarefas domésticas de uma dona de casa, ser faxineira ou empregada, não é desmerecimento. Muito pelo contrário, cuidar da casa e da família é muito nobre. E a presidente está cumprindo o que jurou na sua posse: cuidando da nossa casa, o Brasil e de sua família, o povo brasileiro. Ela está firme na governança. Não importa o partido do ministro, é o que pensamos: vacilou, rodo nele. 

Ministros... prestem atenção!

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