quinta-feira, 7 de julho de 2011

Luiz Ruffato


A tarde prometia no Sesc Arsenal

Mais uma noite de papo descontraído sobre literatura. Luiz Ruffato, escritor de mão cheia, tipo exportação, passou algumas horas em Cuiabá, a convite do Sesc Arsenal para o projeto Reticências que, a cada mês, traz um autor pra falar sobre sua obra e vida.

Conheci a literatura de Ruffato tem cinco ou seis anos e fiquei impressionado com o vigor do seu estilo e a consistência da narrativa. Ganhador de vários prêmios literários importantes como o Jabuti, o da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) e o Casa de las Américas, entre outros, ouso dizer que é o ficcionista brasileiro contemporâneo que mais me agrada. Entrevistei-o na terça de manhã por telefone e falei-lhe de um seu ex-colega de universidade, que aportou aqui há tempos, o Jairo Pitolé. Ruffato, extremamente receptivo e bom de conversa, como todo mineiro, propiciou que marcássemos um chopinho no Sesc após a palestra. E rolou.

A conversação com o escritor contou com exatos nove espectadores. É uma pena, porque não é todo dia que a gente tem a chance de conhecer e papear com um sujeito dessa expressão, que está ali disposto a falar, falar e falar. Compartilhando suas experiências, que não são poucas, livremente. Os artistas costumam ser generosos quando pinta esse clima amistoso. Com poucas pessoas na plateia tudo mais fácil, mais intimista. O que era palestra virou um gostoso bate papo, sem formalidades. Da sala a conversa se estendeu para a choperia, agora mais confortável e regado a chopinho gelado e o tempero do pintado a palito.


Ele falou da sua origem humilde, filho de um pipoqueiro com uma lavadeira, e da infância que teve na pequena Cataguazes (MG). Disse que queria ser bancário, quando era bem pequeno, porque amava sua professora e o marido dela era bancário. Foi crescendo e trabalhando numa pá de coisas diferentes até que, meio sem saber por que, estudou comunicação. Foi parar no jornal O Estado de São Paulo, onde conquistou o invejável cargo de secretário de redação, mas a sina de ser escritor já o perseguia.


Retrato de Rufatto

Um belo dia, disse para os colegas jornalistas que iria abandonar a carreira promissora para se tornar escritor profissional. Todos o apoiaram, mas disseram que antes ele deveria consultar um psiquiatra. Ele bateu o pé, não optou pelo psiquiatra e apostou na vontade literária. Ainda bem, porque tem se tornado uma referência internacional da literatura brasileira, com alguns de seus livros traduzidos para o espanhol, inglês, italiano,alemão, francês, croata e algo mais que me fugiu da memória.    


Rita e Pitolé embaçados
 
Danilo e Eloisa idem

Desfrutamos da companhia de Rufatto e de Rita e Pitolé, Danilo e Eloisa, Cristina Maria Silva, Gisele (poeta e auditora fiscal). Saímos convictos que técnica, talento e disciplina são atributos, atitudes e qualidades necessárias para se tornar um bom profissional. O escritor não foge dessa trinca.

Ficamos tão absorvidos pela conversa literária que pecamos nas imagens. Faltou técnica, talento e disciplina.   

2 comentários:

  1. Quando precisarem de uma fotógrafa, é só piar.

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  2. um elogioso complemento:
    fátima arrasou! lixou unha durante a conversação. acompanhando-a observá-lo por sobre os óculos, o que ruffato imaginava? five stars, meo.

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