domingo, 22 de maio de 2011


Vencedor em Cannes, difícil de rolar por aqui

Cá estamos na mesma pauta, a oferta cultural de Cuiabá. Vamos dar vazão a algumas opiniões e comentários em torno do assunto, levantado no “post” anterior. Amigos que aqui moraram participaram, gente que militou e milita ainda na cultura cuiabana, consumidores de cultura e até um anônimo deu um pitaco, que nos chegou por tabela, do blog Papo de boteco (http://nogargalo.blogspot.com/2011/05/de-0-10-que-nota-voce-daria-para-oferta.html).



Reforço a minha insatisfação para com o momento atual, já que presenciei estágios mais avançados na performance cultural da terra. Meu desgosto, por exemplo, vem do fato de em quarenta anos de Cuiabá, uma única vez tive a oportunidade de assistir a uma ópera. E a terrível oferta dos cinemas que quase sempre fica centrada na lenga lenga das comédias românticas ou nos filmes americanos de pegada meramente comercial. Uma droga, pra quem gosta mesmo de cinema. Neste final de semana terminou o Festival de Cannes. É até doído ver as notícias, porque a gente sabe que os filmes que rolam em Cannes jamais viram pra cá.


No teatro sinto de falta de um grande autor, algum artista, escritor, roteirista, que saiba empreender um grande espetáculo cênico pra deixar todo mundo boquiaberto. Seria legal demais se isso rolasse, já que temos tantos e tantos grupos, nos quais tem muita gente boa atuando.


Na área da dança, aproveito a participação da Maria Hercília, parceira antiga de grandes debates e embates em torno da cultura, para indagar a quantas anda a dança contemporânea por aqui. Respeito e acho necessários os espetáculos das academias que rolam pelo menos uma vez por ano, mas eu quero é mais.
Abraços a todos por interagir com o Tyrannus. Ah, e por enquanto a média da nota para a oferta cultural é 6. Confira abaixo a participação de alguns internautas que nos acessam.

A Flauta Mágica, primeira e única ópera em MT 


hombre.
e a casa cuiabana? os sarais de quintas e sabados?
lembro que foi em cuiabá que assiti um show de mercedes sosa inesquecível e inesperado. saudade dessa terra! (Guillermo Moisés Bendezú Estupiñán)

Dou nota 5.
 Abçs  (Everton Sales)

Aliviada constato que a indignação não é pertinente somente ao nosso Grupo e aos que nos cercam. O vazio cultural é visível apesar daqueles que afirmam que o movimento está avançado. O que é avanço para eles? Percebo que a falta de conhecimento ou convivência com movimentos culturais de expressão, passados, os deixa sem referência. Compreendo-os, mas não esmoreço e sigo convicta que a transformação virá, para melhor.

Ilustrando movimentos passados entre tantos cito “A Festa Internacional do Pantanal” onde o artista contava com espaços que se não eram de honra, davam muito bem para o gasto. Eram prestigiados.

Em se falando de dança, a concorrência entre as escolas e academias foi muito saudável e de alto padrão. De Lennie Dale a Ana Botafogo, todos queriam apresentar e dar o melhor de si. Quem ganhava com isto? Os alunos, os profissionais de dança, a comunidade em geral.

Que saudades do espetáculo Mato Grosso meu Sertão com a participação da cantora regional Vera Capilé, apresentado pela Cia de Dança
Ballet de Mato Grosso. Aplaudido por grandes platéias, autoridades e imprensa em geral, manteve-se em cena por mais de 5 anos,  incentivando jovens bailarinos, formando-os  profissionalmente, educando-os para a Vida.

Outro dia deparei-me com uma inquisição, que de santa não tinha nada, envolvendo platéia e secretários, em um canal local de televisão. Lembrei-me dos fóruns, seminários, mesas redondas, encontros culturais, onde jovens e militantes  eram bem informados sobre as questões pertinentes à cultura de nosso estado. Onde andam os nossos mestres? Artistas? Sei que alguns que mudaram de profissão pela própria sobrevivência e outros, de Estado.

Será que “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”?  Vale a tentativa Lorenzo e Fátima. Vale a coragem, a escrita como instrumento.

Penso que na cultura matogrossense não existe pioneirismo. Muito foi feito. Está nos autos, nos registros, existem as fórmulas. Pra que inventar se é só recomeçar... Há anos estudo um título para um livro: Como viver de dança no país do futebol! Agora, me vejo a refletir: (...) no Estado da Copa. Bem, mas isto é outro assunto. (Maria Hercilia Andrade Panosso)

Li o artigo e curti, estou em arapongas... aqui a vida cultural é um desastre... pior ainda são as pessoas que promovem a política cultural da cidade... sinto que sofremos de um grande mal no país... mas é nesta merda toda o bom é saber que vc ta firme e bem acordado... bom demais ler seus artigos Lorenzo... sinto saudades de vcs. Mil bjs ao casal (Soraya Amaral Ferla)


A questão é que existe oferta. Muitas vezes o que não existe é demanda (ou então, a “demanda” senta na praça popular e reclama que Cuiabá não tem mais nada). Como no blog vivemos a perscrutar o que Cuiabá tem de bom na cultura, acredito que um 8 é justo. Abraços (Anônimo disse...)

massa... hein... (Diogo Diógenes)

Vivi em Cuiabá, por 10 anos, e, agora, olhando o tempo vivido na cidade lembro-me a intensidade dos acontecimentos culturais pululando em várias frentes e diferentes matizes. O debate cultural era intenso com a participação das entidades e dos profissionais da cultura lutando por uma política pública de Estado efetiva e equânime. Grandes debates nos encontros promovidos pelo Fórum Matogrossense de Cultura. Até que o poder público (gestores) resolvera, manietá-lo e tentar transformá-lo num apêndice do Governo no campo da cultura. Infelizmente, olhando, daqui da Cidade onde moro o presente e o passado de Cuiabá e, porque não dizer, de Mato Grosso, descubro que conseguiram implementar a política Curupira em toda estrutura. Ou seja, olha-se para frente  mas avança para trás. É lamentável. Abraços (Sergio Brito)



Classe artística reunida, por uma política justa



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