segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011


Dior bancando o Oscar
“Hollywood hollywood, comigo ninguém pude”, dizia Chico Amorim quando entrenós. E cá estamos para falar sobre as estatuetas mais cobiçadas. Depois de assistir “Bravura Indômita” no início da noite, corremos pra casa pra acompanhar a famosa cerimônia. Particularmente, prefiro outros festivais, onde o cinema parece prezar mais a questão da arte, como Cannes, Veneza e Berlim. Mas cinema também é business, e aí, meu caro, não tem como não dar o braço a torcer. Dá-lhe Oscar!

O velho e quebrado Kirk



E o vento não levou...

A gente ficou grudado na TNT e flagrando o que foi possível. Rindo, quando dava, daquelas piadinhas americanas que às vezes são de doer.  A entrega do Oscar em sua 83ª edição foi mais enxuta. Astros e estrelas que dão sopa na platéia de notáveis, não foram tão televisionados e muito “papagaio de pirata”. Os “the Best” deram o ar da graça anunciando os vencedores e/ou participando da cerimônia de alguma forma e/ou em comerciais.


Na medida em que as estatuetas iam sendo entregues, fui me decepcionando, já que alguns dos filmes que assisti e curti, como “Bravura Indômita”, “A Rede Social”, “127 Horas” (que baixamos pela internet e vimos na telinha)  e o maravilhoso “Cisne Negro”;  foram ficando pra trás, até a divulgação dos últimos quatro prêmios (melhor filme, diretor, ator e atriz), perdendo para “A Origem”, filme que eu nem quis assistir quando passou por aqui. Eu prefiro o cinema mais centrado na carne e no osso, no drama, na força do personagem e no talento da direção; do que nas engenhocas e parafernálias tecnológicas. Tudo bem que luz, câmera e ação definem a sétima arte, mas, sem querer trocadilhar e já o fazendo, a origem da coisa é a inventividade humana em cena (dirigindo ou atuando), e não botões, bits, chips e toda essa vastidão virtual.

Bom, antes da entrega do quarteto de estatuetas fundamentais (filme, direção, ator e atriz), dos filmes para os quais eu torcia, apenas “A Rede Social”, que achei o mais fraquinho dos que assisti, se destacava em relação ao número de prêmios. Tinha três Oscar (roteiro adaptado, trilha e montagem), contra quatro de “A Origem” (efeitos visuais, fotografia, edição de som e mixagem de som).

Outra decepção e vamos assumir,  “Lixo Extraordinário”, documentário do inspirado Vik Muniz, não ter faturado aquela que seria a primeira premiação brasileira nessa história de Oscar.   


Vik do Brasil


O Oscar tem tipo algumas cartas marcadas. Na entrega do prêmio de melhor ator, por exemplo, ficava difícil imaginar que James Franco, indicado por “127 horas”, e apresentador do Oscar, teria alguma chance. Sabe, ele já estava por ali, nos bastidores.  E Jeff Bridges, que ganhou ano passado como melhor ator, dificilmente venceria novamente, apesar de estar estupendo em “Bravura Indômita”.  E olha que ele interpretou um personagem onde John Wayne venceu o seu único Oscar, em 1969.

Melhor Direção = O Discurso do Rei
Melhor Atriz = Natalie
Melhor Ator = Colin 

  No frigir dos ovos, recuperando-se na reta final e conquistando prêmios importantes, “O Discurso do Rei” faturou quatro Oscar (filme, diretor,ator,roteiro original), empatando com “A Origem”.  Mas pesam mais as estatuetas do Discurso. E na minha avaliação, o Oscar continua cumprindo tabela como baluarte da indústria do cinema. Um único prêmio para “Cisne Negro”, sinceramente, é algo injusto.





2 comentários:

  1. hã, não há parafernálias tecnológicas ou vastidão virtual em a origem, tyrannus. substituir tudo por confraria dos onironautas em ação. ademais, cisne negro é um grande equívoco.

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  2. de fato, como disse, não assisti 'a origem'. o trailler e coisas que li sobre o filme me desanimaram. mas não acho mesmo 'cisne negro' equívoco. equívoco é um bom nome para um filme.

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