quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Izan Petterle

 

Labuta pantaneira

Sujeito doido esse Izan. Lá pelos anos 70, passou no vestibular e como prêmio lhe ofereceram um fusca, maneiro. E ele optou por uma câmera fotográfica bacana, em vez do automóvel. Sujeito doido mesmo esse cara. Louquinho da Silva, por fotografia. Se tivesse ficado com o fusquinha, não sei o que teria dado, mas sua opção desvelou esse tremendo talento. Só sei que como fotógrafo vem nos apresentando muitos mundos, coisas bonitas, diferentes. Tanto faz o que fotografe, seja em cores, seja em preto e branco, o resultado traz sempre aquele algo mais que a gente vive procurando nas fotografias.

Ele fotografa desde 1975 e é um dos mais regulares colaboradores da National Geographic Brasil. Nasceu gaucho, se não me falha a informação, mas vive por aí. Tem um pé em São Paulo e outro em Chapada dos Guimarães.

Seu blog linkado à National Geographic apresenta uma recente aventura fotográfica em uma fazenda em Poconé, município pantaneiro, acompanhando a vacinação de duas mil cabeças de gado. Um primoroso trabalho em preto e branco que me levaram a recordar os requintes com os quais Caravaggio trabalhava o contraste claro-escuro em sua arte na passagem do Século XVI para o XVII.

 


A vocação de São Mateus (Caravaggio)

A vocação do pantaneiro (Izan)

Observar, viajar pelas lentes de Izan, aliás, puxa a memória nossa de cada dia para o terreno das artes plásticas. O gado que ele fotografa parece ser meio emparentado com os bois que Humberto Espíndola concebe.

 

Close

Boi, esse ser secular do Pantanal que inspira a arte, a religião e mais um montão de coisarada antropomórfica. Olha, viajar nas imagens é comigo mesmo. Ainda bem que existem as palavras para eu me expressar além do olho, na perseguição de um ponto de vista original. Quando a imagem tem seus significados e resignificados, ela nos surpreende. Dá uma pista e parece também querer dialogar conosco. Aí, né...

“Existem muitos universos paralelos a serem descobertos, e a fotografia pode ser um instrumento dessa jornada”, assim diz Izan Petterle.

Veja mais:

http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/blog/novo-olhar-pantanal-274807_comentarios.shtml?8166701#comente  

Nenhum comentário:

Postar um comentário