quinta-feira, 18 de novembro de 2010


Livro que chegou


 “Gostaria que estas imagens incentivassem a abertura de outros arquivos fotográficos. Isso tudo já é história, gente! Hoje algumas das pessoas aqui retratadas já têm netos. Mas guardam dentro de si uma luz. A luz da juventude. Que essa luz nunca se apague.”  Nicolas Behr, em “Beije-me”...

O que é cult? Eu vou meio que por instinto para dizer se isso ou aquilo é ou não cult. Acho o Abba cult. Quer dizer, um pouco kitsch também. E no caso desse grupo que faz show nesta quinta em Cuia, Abba é também cover. Esse papo surge por causa da intenção do blog de apresentar, ou pelo menos tentar, postar uma vez por semana algo como um roteiro cult.


Parece ser o que vai rolar
Cult é a denominação dada aos produtos da cultura popular que possuam um grupo de fãs ávidos. Geralmente, algo cult continua a ter admiradores e consumidores mesmo após não estar mais em evidência, devido à produção interrompida ou cancelada. Muitas obras e franquias, inclusive, atingem status de cult depois que suas "vidas úteis" supostamente expiraram’. É como explica o wikipédia a expressão cult.

Gostaria de fazer algumas ressalvas em relação a o conceito tascado na wikipédia. Por quê, por exemplo, associar um produto cult à cultura popular? Quer dizer que Mozar ou Richard Wagner não podem ser cults? E essa história de ‘vida útil’ para uma obra de arte não me convence. Fico com a máxima do célebre Oscar Wilde: “Toda a arte é completamente inútil”. Bom, mas cult pode ser uma expressão usada com liberdade. Só que tem que ser uma liberdade assim meio poética, combinado?

Outra coisa: amigos, seguidores do Tyrannus e internautas em geral têm a liberdade para discordar do que a gente escreve e comenta aqui. E querendo, podem registrar por aqui seus pitacos. Tirania aqui, só no nome do blog. E assim mesmo a tirania vem seguida pela tristeza.

Mas voltemos ao roteiro cult. Ele se resume no show do Abba, neste final de semana, em termos de opções pela cidade. Os comentários a respeito do novo Harry Potter me levam a crer que ele é cult. Se eu disser que não, uma multidão de ex-adolescentes, que acabam de ingressar na idade adulta vai querer massacrar o blog. Agora, nesta quinta, nada me caiu tão cult como o livro que o correio deixou aqui em casa: “Beije-me”, de Nicolas Behr.

Traz fotos e textos jornalísticos de uma Brasília, durante a passagem dos anos 70 para os 80. Nicolas é cuiabano, radicado em Brasília desde 1974. Ano passado (ou seria em 2008) foi um dos finalistas do Brasil Telecom de poesia. Conheci-o aqui em Cuiabá quando éramos adolescentes e disputávamos um caiaque para navegar pelas transparentes águas do Rio Coxipó. Depois fui reencontrá-lo como uma espécie de papa da geração mimeógrafo, em Brasília,  produzindo seus livros de forma artesanal e caseira, mas sempre com uma verve única, transformando em curtos poemas toda a sorte de flagrantes cotidianos.
Por conta do amor pela literatura, temos nos reencontrado nos últimos anos, normalmente, no plano virtual. O poeta é também um ativista de causas nobres, como a liberdade e a conservação da natureza. Grande artista.

Fecho a postagem de hoje informando que o Tyrannus vai flagrar o Abba. E mais a frase do Marçal Aquino, a quem tinha avisado sobre o blog. Ele checou o texto onde foi acusado de pessimista: “Um artista otimista é tudo que o mundo não precisa neste momento”.  

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