quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Camerata UFMT: Música contemporânea

Assistir um concerto de música contemporânea não é o tipo de programa onde a disputa por uma cadeira, poltrona, banquinho, ou sei lá o que vai ser acirrada. Pergunte a um produtor cultural o que ele acha de viabilizar essa cena, comercialmente. Mas, o lançamento do livro e do CD de Teresinha Prada foi prestigiado.  

Conhecimento é pra compartilhar
 O auditório do Instituto de Linguagens da UFMT estava lotado. Professores e alunos que estudam música estavam lá. O Tyrannus ficou meio estranho no ninho. Parecíamos as únicas pessoas que não pertenciam à comunidade musical da UFMT. E daí? Nenhum problema. Na verdade, curtimos muita música dodecafônica desde os anos 80, aqui mesmo em Cuiabá, no vinilzão.


Teresinha discursou sobre Gilberto Mendes, grande músico brasileiro, coroão, vanguardista cultural e politicamente falando, influenciador do trabalho da musicista. Ele nasceu em 1922, portanto, parente próximo da Semana da Arte Moderna, e do Partido Comunista, embrionário naqueles tempos. Ela explicou mais algumas coisas co-relatas. Depois mandou ver com seu violão.
A violonista, doutora, tocou as músicas do CD para a plateia que curtiu atenta. Alguns jovens compositores, outros mais experientes, viram suas peças executadas com emoção e técnica apurada.


O semeador

Música contemporânea me faz lembrar pelo menos duas frases do Chacrinha: “Eu vim pra complicar, não pra simplificar” e “Quem não se comunica, se trumbica”. Não sei se as expressões estão reproduzidas aqui ao pé da letra, mas deu pra entender... Não deu?
Mais uma experiência musical inovadora. Por mais que sejamos familiarizados, com as artes musicais que vem de um Schoenberg ou de um Stockhausen, ouvir música contemporânea tocada e composta por gente que mora na mesma cidade que tem cururu, siriri, rasqueado, lambadão etc; soa diferente... Muito diferente. E diferente é bom!

A jovem Camerata da UFMT, regida por Murilo Alves, apresentou uma peça de Roberto Victório, com solo de Teresinha Prada. Victório era pura emoção. No final, bravo!

Camerata UFMT dando seu recado
 A parte ruim da história, a única, fica por conta do auditório inadequado (na verdade, não se trata de um auditório), cadeiras de plástico, climatização imprópria, ruídos externos (da Fernando Correa) e até uma coluna de concreto bem no meio da plateia, atrapalhando a visão. Pô, os artistas e estudiosos que estavam ali, mereceriam um lugar bem mais decente pra apresentar essa produção cultural: música refinada que esta Cuiabá calorenta também produz.


Murilo Alves na boca de cena


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